4 de setembro de 2014

São Paulo em segredo se acerta com a Puma para 2015


Ainda em segredo, São Paulo enrola Under Armour e opta por Puma

À procura de uma substituta para a Penalty, o São Paulo já tem praticamente definida quem será a fornecedora de materiais esportivos em 2015, e esta é a Puma. A marca alemã levou a melhor sobre a Under Armour, com quem o clube também negociava.

O contrato com a Penalty, válido até dezembro de 2015, deverá ser rescindido no início do ano que vem em comum acordo. Ainda não há nada assinado com a Puma, mas a empresa deve se tornar parceira do time paulista por cinco anos a partir de maio de 2015, início do Campeonato Brasileiro. Até lá, terá tempo para desenhar uniformes e estruturar produção e distribuição.

Valores ainda são imprecisos, mas o São Paulo vinha pedindo entre R$ 15 milhões e R$ 18 milhões, pouco acima do que paga a Penalty atualmente, e exigia um adiantamento de pelo menos um terço do contrato ainda em 2014, isto é, no mínimo R$ 5 milhões. Isso em dinheiro, sem contar com uniformes, verba de marketing e prêmios por títulos.

Por parte da Puma, participaram da negociação as operações brasileira, hoje comandada por Fabio Espejo, presidente desde agosto, e chilena. É de Santiago que o grupo administra a América Latina, sinal de que dinheiro estrangeiro deverá ser usado para pagar o São Paulo.  

São Paulo nega

Apesar de estar praticamente acertado com a Puma, oficialmente o discurso do São Paulo é de que a Penalty deverá ficar até o fim do contrato, dezembro de 2015. Foi o que disseram ao blog Carlos Miguel Aidar, atual presidente, e Ruy Barbosa, diretor de marketing contratado pouco antes da Copa, dois dos dirigentes são-paulinos que participaram das tratativas.

“Você está me dando uma informação que não tenho. Há um processo em andamento, nós temos conversado com várias marcas, mas temos contrato com a Penalty até dezembro de 2015. Se ela tiver interesse, ela continua até lá”, respondeu Aidar.

“Não é verdade”, corrobora Barbosa. “Estamos, inclusive, fechando linhas da Penalty para lançar no fim do ano, uma camisa do Rogério Ceni. Tudo está andando tranquilamente com a Penalty. Hoje todas as especulações não têm fundamento. O São Paulo conversa com outras empresas para 2016, porque se não definirmos isso em 2014 não teremos tempo”.

Há boas razões para dirigentes são-paulinos ocultarem a decisão de trocar a Penalty pela Puma já a partir de maio de 2015. Em primeiro lugar, declarações públicas poderiam gerar algum desentendimento com a atual fornecedora, com quem ainda tem contrato vigente.

Em segundo, mais importante, um anúncio oficial faria encalhar as peças da Penalty que estão nas lojas, pois torcedores tendem a esperar pela coleção da futura fornecedora. Isso geraria prejuízos para a Penalty e para o próprio São Paulo, que recebe royalties sobre as vendas.


Under Armour fora de jogo

A fabricante começou a negociar com o São Paulo no primeiro trimestre deste ano, depois de ter anunciado oficialmente o início da operação no Brasil. A empresa americana, forte em esportes americanos, tem esboçado uma entrada no futebol. Na Europa, tem o inglês Tottenham. Na América Latina, o chileno Colo-Colo e o mexicano Toluca. No Brasil, ainda procura um grande clube para atrair a atenção dos consumidores enquanto começa a vender.

Após várias conversas com a diretoria são-paulina, a Under Armour concordou com valores e condições que Aidar impôs e fez uma proposta formal que expirava ao fim de agosto.

Mais interessado em fechar com a Puma, marca de maior tradição no futebol, o São Paulo enrolou executivos da Under Armour e não respondeu à proposta da empresa. A oferta, então, expirou, e a companhia americana, desiludida, decidiu tirar o time de campo.

Adidas?

Em todo o tempo em que o São Paulo negociou com fornecedoras de material esportivo para substituir a Penalty, a Adidas nunca foi opção. Procurado pela diretoria são-paulina, o grupo alemão, com Flamengo, Palmeiras, Fluminense, Sport e Botafogo-SP, respondeu “não, obrigado” desde o princípio. Não teria, de todo modo, condições de atender bem o clube.

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